Névoa de Ossos
de Ayalah Berg
No escuro, eu caí —
minha pele era pó,
meus cabelos, nó.
Serviram-me luas
em pratos de espelho,
bebi meu próprio pranto.
Meus braços se alongam
até tocar o teto
que sangra retratos.
O chão abre a boca:
"Ilusão de ossos,
ninguém era real."
Só restou o frio
que canta em meus dentes
eu rio de mim.